A importância da diversidade de gerações no ambiente de trabalho
A diversidade no trabalho tem sido um tema bastante relevante na área de Recursos Humanos, tanto quanto sua importância, ao ser uma empresa diversa, quanto aos desafios de sua gestão. Nos processos de recrutamento, é possível se deparar com profissionais de diferentes gêneros, raças e orientações sexuais. Porém, há também a questão da faixa etária: uma empresa diversa deve se atentar a uma diversidade geracional.
Neste artigo, vamos abordar afundo esse conceito, identificar a importância de colaboradores de variadas faixas etárias e quais as principais diferenças entre cada geração. Continue a leitura e veja como ter uma gestão diversa em sua equipe!
O que é diversidade geracional?
No contexto corporativo, a diversidade geracional é o conceito de abranger colaboradores de diferentes faixas etárias em um mesmo ambiente de trabalho. Assim, se gera uma pluralidade de perfis, o que ajuda na contribuição para a formação de ideias.
Assim como a diversidade de gêneros, raças e orientações sexuais, a diversidade geracional também é importante para a construção de um ambiente corporativo mais inclusivo e respeitoso, em que cada profissional é valorizado por suas contribuições e experiências.
Porém, é importante afirmar que quando se fala em diversidade geracional, não apenas se refere a priorização de um grupo etário acima de outro, mas é sobre a inclusão de profissionais competentes, sem distinção de faixa etária.
Qual a importância da diversidade geracional?
Ao adotar práticas que estimulam a diversidade geracional, se vê vantagens tanto para a empresa quanto para os colaboradores. Conforme uma pesquisa realizada pela Forbes, 85% das empresas acreditam que essa diversidade resulta em uma maior inovação de ideias.
Para mais, a pesquisa ainda aponta que equipes inclusivas tomam decisões de negócios em menos tempo, atestam mais produtividade, minimizam o tempo gasto em reuniões e geram resultados 60% melhores.
Em relação aos profissionais, esse tipo de inclusão também é favorável, principalmente para os mais velhos, que sofrem um maior preconceito no mercado de trabalho. Uma vez que pessoas com mais de 50 anos ainda encontram dificuldades em disputar oportunidades com profissionais mais novos.
Um dos motivos são suas limitações com novas tecnologias e a necessidade de mais iniciativas de treinamento e desenvolvimento. Por outro lado, esses profissionais são extremamente experientes em diferentes frentes e podem trazer visões e soluções importantes para o negócio.
Como se dá a diversidade geracional nos últimos anos?
Com a revolução da longevidade, a expectativa de vida passou de 50 para 80 anos em um espaço de duas gerações. Assim, há uma nova visão de vida, já que a fase madura não está mais relacionada ao descanso, mas sim a um momento produtivo e cheio de possibilidades.
Apesar dessas mudanças, muitas empresas ainda apresentam resistência em adequar seus processos seletivos e ações de integração. Conforme uma pesquisa realizada pela Amcham Brasil em 2011, 70% das empresas ainda não realizavam ações para facilitar a integração multigeracional.
Porém, o cenário vem mudando aos poucos. Nos últimos anos, há uma maior atenção das empresas na criação de equipes mais diversas. Além disso, movimentos como o Great Place To Work passaram a reconhecer organizações que se destacaram na diversidade geracional.
Quais são as principais gerações?
Atualmente, as gerações com maior volume de profissionais no mercado de trabalho são: baby boomers, geração X, geração Y e geração Z.
Assim, é importante entender que, de acordo com o contexto em que o indivíduo foi criado, ele pode apresentar diferenças em suas prioridades, expectativas e comportamentos. Por conta disso, acontecem os conflitos geracionais dentro das equipes.
No entanto, apesar de algumas características específicas, é importante fugir dos estereótipos, compreender que cada indivíduo é único e respeitar suas individualidades. Isso é fundamental para manter um ambiente colaborativo e um bom clima organizacional.
Agora, veja algumas das principais características de cada uma das gerações.
Baby boomers (1940-1960)
Essa geração é marcada, principalmente, pelos nascidos após a Segunda Guerra Mundial, um momento de estabilidade econômica e alta taxa de natalidade. É uma geração marcada por um grande legado cultural, político e econômico, que presenciou momentos históricos, como a ida do homem à lua, a ditadura militar e os protestos por direitos civis.
Uma característica importante dessa geração é que ela foi a primeira a crescer em frente à televisão, o que proporcionou o acompanhamento de eventos históricos e culturais que nunca haviam sido vivenciados pelas gerações anteriores.
Em relação à postura profissional, os baby boomers consideram o trabalho como sua principal prioridade, sendo competitivos, focando em resultados e não se preocupando muito com a qualidade de vida.
Além disso, esses profissionais têm dificuldades em acompanhar a transformação digital e acreditam que liderar é o mesmo que comandar e controlar.
Geração X (1960-1980)
Essa geração nasceu frente a revoluções sociais e quebra de paradigmas. É a primeira geração de filhos de pais divorciados ou de famílias em que ambos os pais trabalhavam. Além disso, foram os primeiros a contemplarem a mulher como uma figura independente, assumindo seu papel social e econômico.
O que marca a geração é o surgimento de novas tecnologias, como o videocassete, o computador pessoal e os primeiros videogames.
No cenário corporativo, os nascidos na geração X são profissionais experientes e dedicados, que valorizam soft skills quando assumem posições de liderança, comprometidos com os objetivos da empresa e que sabem equilibrar a vida pessoal e profissional.
Esse tipo de profissional está em busca de estabilidade e tem dificuldade em lidar com imediatismo e impulsividades, no entanto, são mais flexíveis e conseguem reagir melhor às imprevisibilidades do que os baby boomers.
Geração Y (1980-1995)
Conhecidos como “Millennials”, essa geração é composta pelos profissionais mais antenados do mercado. A geração Y é aquela que cresceu estimulada por inúmeras atividades e tarefas múltiplas, além de vivenciar um novo conceito de comunicação instantânea, por meio da internet e das redes sociais.
Por conta disso, os Millennials têm uma visão mais imediatista do mundo e priorizam projetos que tragam resultados a curto prazo.
Uma característica marcante desses profissionais é que eles não têm medo de trocar de emprego e/ou buscar novos desafios e costumam agir de forma mais individualista. Além disso, são profissionais com mais autoestima e que se comprometem com seus valores.
Além disso, têm um perfil multitarefa e são bastante dinâmicos e impulsivos. No entanto, não gostam de burocracias, controle e atividades rotineiras.
Em relação à qualidade de vida, a geração Y também conta com suas particularidades. Para esses profissionais, benefícios como horários flexíveis, roupas informais e possibilidade de trabalho remoto são tão importantes quanto o valor do salário em um processo seletivo.
Geração Z (1995-2010)
A geração Z é a dos chamados “nativos digitais“, ou seja, é a geração que já nasceu utilizando a tecnologia e a internet. Esses profissionais entraram recentemente no mercado de trabalho e já mostram diferenças em relação às demais gerações.
Para a geração Z, é importante trabalhar em uma atividade que esteja alinhada com seus valores e que contribua na busca por um propósito. Por conta disso, esses profissionais, assim como os da geração Y, têm outras prioridades além do salário, como jornadas flexíveis e modelos de gestão horizontais.
Além disso, são profissionais conectados, criativos, sociáveis, empreendedores, críticos, resistentes, desapegados e ansiosos.
Como ter diversidade geracional na empresa?
Como citado, cada geração conta com comportamentos e valores diferentes. Sendo assim, é preciso que o RH busque ações e estratégias para minimizar conflitos e estimular uma boa convivência dentro da organização.
A seguir, seguem algumas dicas que podem ajudar na elaboração e na gestão de pessoas em uma equipe diversa.
Adapte sua estratégia de recrutamento
Se o objetivo da empresa é promover a diversidade geracional, o primeiro passo é adaptar os processos de recrutamento e seleção. Para isso, é preciso pensar na linguagem e nos canais utilizados para a divulgação das vagas.
Baby boomers, por exemplo, podem ter mais interesse na oportunidade se a vaga mostrar prêmios e sucessos da organização. Já os Millennials buscam informações sobre oportunidades de desenvolvimento pessoal e responsabilidade social.
Reconheça as diferenças geracionais
Outra dica importante para melhorar o relacionamento na organização é reconhecer e respeitar as diferenças que existem entre cada geração. Para tanto, é preciso criar uma cultura de colaboração e empatia na empresa, estimulando as equipes a enxergarem a visão do outro e equilibrar comportamentos.
Customize a comunicação para cada funcionário
Um dos principais obstáculos entre as gerações é a forma de comunicação. Embora as gerações Y e Z já tenham familiaridade com uma comunicação instantânea, as gerações anteriores ainda têm formas de agir diferentes.
Portanto, é importante oferecer uma abordagem diferente para cada funcionário e possibilitar que a comunicação seja feita de modo que eles se sintam mais confortáveis, seja pessoalmente, por e-mail ou aplicativo de mensagens instantâneas.
A diversidade geracional é um conceito importante que pode agregar ao time das organizações, oferecendo diferentes visões de trabalho e possibilitando mais ideias criativas. Porém, é importante entender que esse processo pode gerar conflitos, por isso, é fundamental que o RH saiba como lidar com cada geração e promova estratégias customizadas.